7 de dezembro de 2015

Ser chamado de "boa pessoa"

Não o sou. Conheço-me melhor que isso. Costuma dizer-se que quanto mais belo o sorriso de uma pessoa, maior a tristeza que esta carrega. Trata-se de saber o que custa e conhecer o outro lado da moeda. Eu sou chamado de "boa pessoa", mas não me posso definir como tal. Do outro lado dessa boa pessoa, está uma pessoa igualmente má. No fim de contas, somos todos um jogo de equilíbrios. Comigo, o lado apresentado, depende de a quem o apresento e da forma como essa pessoa interage comigo. Semeias ventos, colhes tempestades. Por definição tento ser boa pessoa, mas isso não significa que não possa tornar-me no teu pior pesadelo. Trata-se sempre daquilo que recebo em troca, porque toda a gente sabe que, neste mundo, nada se dá de graça. E por vezes é díficil ser esse equilíbrio. Por vezes, é díficil ser o amigo simpático que faz rir os outros e lhes alegra o dia, mas mesmo assim, tento-o ser. Não gosto de ser chamado de "boa pessoa", no entanto, porque sei de tudo isto. Sei que posso ajudar alguém a curar as suas feridas, mas também sei que se for preciso não hesito em reabri-las e colocar lá o dedo ou, às vezes, o braço inteiro. O que cria também destrói. E é uma coisa assustadora, esta habilidade que todos possuímos.

Sometimes.

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