16 de maio de 2016

Aquele amigo.

Ultimamente sinto-me "aquele amigo". Aquele que tem de ficar atrás do grupo, porque não cabemos todos no passeio. Aquele que é interrompido a meio de frases. Aquele que tem de perguntar se vai acontecer alguma coisa, para garantir que é incluído. E questiono-me se devia considerar isso amizades sequer. Porque eu estou sempre lá, para o bem e para o mal. Eu estou sempre lá quando o mundo desaba para qualquer um deles e tento ajudá-los a recuperar. Mas quando o meu mundo desaba, eu nem sei onde eles foram parar. Eu nem tenho notícias do que andam a fazer, quanto mais alguma manifestação de interesse por mim ou ajuda. Dói, e faz-me sentir sozinho. Até um pouco chateado quando me atiram à cara um "Não dizes nada" ou "Nunca mais ouvi falar de ti", porque quase parece que estou a lidar com estranhos, pessoas que não conhecem a minha personalidade ou pessoas que não se importam. Costumam dizer para não fazermos aos outros nada na esperança de que retribuam na mesma moeda, mas às vezes torna-se difícil não ficar desapontado quando se pensava que (mesmo não o fazendo na esperança disso), essa retribuição aconteceria naturalmente, coisa que não se verifica. Gostava de não ser mais "aquele amigo". Ou que as pessoas demonstrassem com ações, aquilo que dizem que eu sou para elas.