1 de dezembro de 2015

Duas velocidades

Pessoas como eu têm duas velocidades: meticulosamente planeado ou puramente espontâneo. Esta segunda é rara, e serve para quando preciso de alguma libertação. Mentira. Na verdade, serve para quando não há coragem suficiente e há coisas a ser feitas. Nesses casos atiro-me de cabeça e "seja o que Deus quiser", como dizem. Se bem que Deus não quer nada, muito menos ser para aqui chamado. No resto dos casos é tudo planeado ao mínimo detalhe. Acaba por ser fascinante, até para mim, às vezes. Tudo é ponderado desde o que eventualmente acontece ao que pode acontecer (e todos os cenários que esta categoria engloba). Simplesmente, porque eu não sei lidar com algo para o qual não estou preparado e por isso evito tal situação, se possível. E isto aplica-se a tudo, desde ir à confeitaria até às interacções interpessoais. No meu cérebro, cai o carmo e a trindade se o raio do rapaz me diz que não posso pagar com cartão de crédito ou que acabou o chocolate quente. Para mim, é quase como ser escolhido como tributo para os jogos da fome. É pior que pânico. Nas interacções interpessoais é quando se torna interessante. É tudo pensado ao mais pequeno detalhe. Não só o meu discurso, como o que os outros podem trazer para a mesa, durante a conversa/discussão. Às vezes, até o que eles podem estar a pensar em silêncio. E é aqui que as coisas ficam perigosas. No meio de tanto pensamento, há mais probabilidade de haver erros no meu planeamento que buracos num queijo suíço. Mas nem tudo são más notícias. Quando tudo corre bem, nada me falha e torno-me mestre em várias áreas, como organização pessoal e manipulação psicológica de terceiros, por exemplo. Ou tudo, ou nada. E ninguém disse que os meus poderes especiais eram usados para o bem.

Palavras sábias da minha deusa e alter-ego, Santana Lopez

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